E eu fiquei lá em pé dizendo por favor não vá...

O dia mal tinha começado, e eu já tinha notado que tinha uma coisa estranha no ar.

Levantei lentamente como quem já sabe que não tinha coisa muita boa vindo.

No caminho pra escola as nuvens se moviam de forma tão distinta, que mais parecia que uma tempestade ia atingir a cidade.

Mais chegando na frente do prédio da escola, lá estava ele, lindo como sempre,como eu sempre fala pra mim mesma "meu Sol", no momento em que me aproximei ele me abraçou, mais não daquele jeito que ele sempre fazia, onde os seus braços me envolviam e eu achava que nada podia me atingir.

Dessa vez era um abraço frio distante,como se ele tivesse chateado.Depois da briga de ontem nós ficamos bem, como sempre ficávamos,lá no meu quarto abraçados conversando enxugando as lágrimas. Pensei que estivesse tudo bem.

Tentei tirar isso da cabeça com o pensamento: "deve ser impressão minha".O sinal pro começo da aula tocou e fomos andando de mão dadas como éramos acostumados a fazer. Fui pra minha sala e ele me deu um beijo na testa.

E o restante do dia se passou assim , ele não falou muito e eu não estava muito afim de perguntar nada, pois estava com medo da resposta.

Ele me levou pra casa como sempre, fomos andando como fazíamos todos o santo dia,

mais dessa vez começou a cair a maior chuva( bem que eu estava certa sobre a tempestade). Foi nesse momento que ele, começou a conversa com um: Não quero que você comece a chorar(esse era o jeito dele dizer que não queria que me machucasse com algo).

Assim que ele disse isso eu senti uma pontada fina no coração. Mais ele continuo falando, ignorando a primeira lágrima que descia pelo meu rosto," -Não que eu não te ame mais, mas eu acho que devemos parar por aqui, não estou fazendo o bem , que quero fazer pra você, só quero que você seja feliz, mesmo que isso seja longe de mim, NÃO SOU O MELHOR PRA VOCÊ...-"

Tive a impressão de que meus joelhos estavam tremendo, pois mesmo com toda a chuva que estava caindo eu vi as casas ao meu redor ocislarem, o sangue nas minhas veias pulsava tão rápido que eu estava escutando o martelar, como se estivesse com um corte profundo no braço.

Estávamos perto da minha casa quando eu olhei pra ele, e vi aquela expressão que sempre fazia quando ele ouvia sem querer meu pai falando que ele não era o melhor pra mim.Mais isso não me importava ele era o que eu mais gostava na vida, não importava o que meu pai falava, não importava se ele achava que não era o melhor pra mim.Era com ele que eu queria estar ate o fim.

Falei isso tudo pra ele, argumentei, disse que agente podia fugir, ficar junto, as aulas já estava no final e ele já ia entrar na faculdade, dava pra gente estudar e tentar trabalhar.Mais de nada adiantou. Ele sequer falou nada.

Já estávamos no portão da minha casa quando ele me olhou nos olhos, como se aquela fosse ultima vez que iria me ver,e, disse: " Mesmo estando longe de você, mesmo que deixe de te ver, quero que você se cuide, e que saiba que eu sempre te amarei, e que você é tudo pra mim, e só estou fazendo isso pra você ser feliz , bem mais feliz"...

Como eu podia ser feliz se aquilo que eu mais amava estava indo embora pra não mais voltar.Ele me beijou a testa se virou e foi andando.

E eu fiquei lá no portão em pé, na chuva dizendo "Por favor não vá..."